quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Agenda
Mais um ano se passa...graças a Deus!E com o ano novo a promessa de que o mesmo será diferente...claro que será! É 2010 e não mais 2009!
E no mais, o de sempre...promessas e expectativas frente ao novo ano.Perfeitamente normal...
Mas a vida não muda por um poder místico da passagem de ano...promessas são bem-vindas quando vêm com uma dose extra de vontade...Quantas vezes nos apoiamos em "anos novos" como muletas para nos dar ânimo em busca de mudança?E quando ele enfim chega,sempre deixamos pra depois...depois...e ops,aí vem um outro novo ano...
Quando,na verdade,qualquer mudança pode acontecer em qualquer momento...o tempo é algo subjetivo...
Quero encarar esse novo ano como a força de um novo alento...
Quero olhar com carinho as páginas da minha antiga agenda...
Quero olhar com mais carinho ainda as páginas da minha nova...
Feliz 2010!
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Nada como um dia...
...após uma tempestade...
Dá pra ver o respirar ofegante do nosso peito se esvaindo...em lugar dele vindo o descanso e a calma...Então nos erguemos. Olhamos para trás e vemos tudo o que passamos e vencemos...cada lágrima, cada pedra erguida, cada balde de água que tiramos do nosso frágil barco, são agora lembranças, são agora bagagem da experiência que agora temos...esperamos e esboçamos em nosso rosto um sorriso...é como rosa a abrir-se lentamente aos primeiros raios de sol...o medo se foi. Sentimos a esperança a chegar carregando consigo a nossa esperada recompensa...Erguemos os olhos para o céu...não há melhor medalha que a certeza de que a luta valeu a pena.
domingo, 22 de novembro de 2009
Considerações II
Busco, talvez, algo que não sei , mas que sinto ligado a mim, intrinsecamente atado ao meu peito...
Sentimento épico, nobre até, que me motiva a seguir em frente...
É estranho saber que cores representam sentimentos. Meu estado de espírito agora é escarlate...
sangue e vida...
Pensamentos vão e vêm nessa minha mente de labirinto...
E ando nela sem rumo, marchando em busca do inesperado...
De fato, água mais luz pode formar um arco de cores... Porém, agora, o cenário é desértico; sem água, mas muita luz, que reflete na areia clara e faz doer fundo meus olhos.
Sem umidade, sinto um cheiro seco a atravessar minhas narinas...
Não sei se haverá final... Às vezes é melhor calar a boca e continuar seguindo...
Afloram sensações... Não sei se são pela magia louca do delírio ou pelo vento frio a percorrer
a minha espinha...
Encontro pessoas que, perdidas em suas vidas, respiram dia após dia um movimento penoso à espera de redenção...
Aqui jaz uma linha de chegada...
Meus códigos de honra são irrefutáveis e representam um lado meu a seu explorado, mas custa a perda da ingenuidade em nome de vencer desafios...
O tempo é algo subjetivo.
Não alcanço meu homem de preto.
Obs.: Escrito inspirado no livro "A Torre Negra" de Stephen King
sábado, 14 de novembro de 2009
Considerações I
Encontro-me em frente ao mar e sinto a brisa marinha me envolver.
Está quente. Esse mar me traga...
E durante um momento infinito, tudo o que passei ficou esquecido ao vento.
Me disseram que as pedras não morrem e que existe ouro no final do arco-íris. Meus conceitos chegam a duvidar disso...
Minha lide ainda não chegou ao conhecimento do juíz. Não sei se isso será possível, ele me desconhece pois não tenho advogado, ninguém que me assista. Porém, em meio a tudo isso, continuo a litigar...
Observo muito. E penso no que observo. Eis o problema. Observar por si só seria mais digno e menos ambicioso, contudo, ridícula e infantilmente insisto em analisar... e como uma teia meu pensamento se entrelaça, como vidro ao chão, se fragmenta..
Nada do que é muito comum me agrada...é difícil às vezes pular a onda do nivelamento...
Então, entra em cheque todo um conhecimento ainda não adquirido. Chego a pensar se cada ser humano é um universo. Giramos em torno de nossa órbita? Neurônios são estrelas?...
Talvez nunca saberei ao certo, apenas posso conjecturar...
Encontro-me em frente ao mar e sinto a brisa marinha me envolver.
Está quente...
A brisa é apenas um paliativo...
Ps.: Faz um tempinho que não apareço por aqui... Senti falta, sério.
Mas toda essa falta não era páreo para minha falta de tempo + não saber o que escrever, ao quadrado sobre 2. Ainda não sei sobre o que escrever, as palavras surgem e me torno refém delas. Chega a ser ridículo dizer isso...
Creio que o que está escrito acima também é um paliativo, espero um dia solucionar o problema!
Abraços, amigos...
sábado, 10 de outubro de 2009
Já foi...
Toda lágrima derramada pode ser pouca para o que mereço.Mas não quero chorar...
Será que é como dizem:"Não adianta chorar pelo leite derramado"?...
Mas se eu quisesse vê-lo derramado?Seria pedir demais que respeitassem minha opinião?
Porém,esse momento é curto,rápido o suficiente a ponto de não percebê-lo...
...
Chega o arrependimento.Martelando suas palavras duras sobre
a minha cabeça...dói muito...mas não quero reconhecer o meu erro...o que não fiz...
ah,o ego...
(Será que posso reparar os danos? Mente,me dá licença para pensar um pouco?)
E esse ácido negro vai corroendo o peito...O seu tempo de ação é incalculável, depende do orgulho de cada um, o quanto suportamos fingir que está tudo bem,deixamos o tempo passar...quanto a mim, sou fraca e finjo muito bem,mas não sou orgulhosa o suficiente para me deixar levar por esse peso...
É complexo...Por que é tão difícil dizer adeus para algo que já foi...?
Talvez umas das grandes problemáticas humanas é muitas vezes não aprender com um erro.
É triste...Não querer deixar cair a ficha de uma "burrada" talvez seja pior...Não querer evitar que ocorra,para ver o que acontece; lamentar pelo que já passou... ah,sim,a culpa é minha...
E enquanto não sanamos a ferida de um erro,nós,sempre dinâmicos e inexperientes já temos outros para nos preocupar...(Ou talvez não,espero...)
Haja leite derramado...
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Eu vou fugir...
Eu vou fugir...a vida me cobra algo. Algo inerente à vida e do qual muitas vezes esqueço.
Mas como irei transpor meus medos? Como irei romper o manto da inércia,que me envolve e que me sufoca?
Meus receios parecem maiores e intransponíveis à medida que olho para eles.Não quero olhá-los.Quero enfrentá-los.Numa coragem súbita e intensa...
E só por tomar essa decisão já me sinto melhor,a dor diminui...
Eu vou fugir...de mim. Neutralizar o meu lado entorpecido e dormente e partir para o que de verdade eu sou. [Quem eu sou?]
Vou persuadir a mim mesma de que esse é o melhor a fazer.Ouço a minha alma dar um grito de sobrevivência...grito esse que se reflete em mim...
Não importa o que dizem, nem o que pensam...a vida é importante demais para receios...
Que se danem meus medos,os outros,eu...Eu quero fugir e simplesmente ser...
domingo, 27 de setembro de 2009
A praga
Ninguém sabe como se entenderam,mas se entenderam, E a primeira coisa que o índio deu a Colombo foi...um tomate.Era o primeiro encontro na primeira ilha no primeiro dia, e o sol parecia ter chegado perto para não perder a cena.Fazia calor, e o tomate brilhava ao sol como uma maçã dourada.
-Um pomo d'oro!-exclamou Colombo.
-Um tomate-explicou o índio.-Para a salada.Para o molho.
-Finalmente,algo para pôr fim à brancura do espaguete! -disse Colombo,emocionado. -Marco Pólo só descobriu a massa.Eu descobri a macarronada.
E Colombo aceitou o tomate e deu em troca uma miçanga.
O índio deu uma batata a Colombo,que a olhou com desprezo. Mas o índio descreveu (com mímica,com a linguagem mágica dos encontros místicos)sua importância para a história ocidental, desde a alimentação das massas camponesas da Europa até sua versão noisette,ou fritas com um Big Mac.E Colombo a aceitou e deu em troca um espelhinho.
E o índio deu a Colombo o fruto do cacaueiro e falou no que o chocolate significaria para o mundo,em especial para a Bahia e a Suíça, e nas delícias do bombom por vir.E Colombo guardou o cacau na algibeira e deu em troca um vintém.
E o índio deu a Colombo uma folha de tabaco, e falou nos prazeres do fumo,e de como ele afetaria os hábitos civilizados.E se quiserem algo mais forte,tinha uma planta que dava coca,e um barato ainda maior.E tudo isso Colombo aceitou em troca de contas.E mais uma espiga de milho.E mais um papagaio.Até que,com a algibeira cheia,Colombo disse:
-Chega de miudezas.Agora eu quero ouro.
-O quê?
-Ouro.Isso que você tem no nariz.
-E o que você dá em troca?-perguntou o índio,antevendo algo espetacular,como uma luneta.Mas Colombo apontou sua pistola para a cabeça do índio e disse:"Isto",e disparou.Depois mandou seus homens recolherem todo o ouro da ilha,nem que precisassem arrancar narizes.
No chão,antes de morrer, o índio amaldiçoou Colombo e praguejou.Que a batata tornasse a sua raça obesa,que o chocolate enchesse suas artérias de colesterol, que o fumo lhe desse câncer,que a cocaína o corrompesse e o ouro destruísse sua alma.E que o tomate-desejou o índio com seu último suspiro-se transformasse em ketchup.
E assim aconteceu.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
O mosquito e o rinoceronte
É como o mosquito frente ao rinoceronte...
Ora, o rinoceronte não é mais importante do que o mosquito
e nem o mosquito menos nobre que o rinoceronte.
Então...
Ambos são seres com sua ameaça:não os julgue inferiores, nem os subestime,
o mesmo vale aos sentimentos e ações, tão vulneráveis e incertos
quanto o voar do mosquito ou o andar do rinoceronte...
Seria a mentira mais que a soberba?
Ou seriam um?
Ora, o mosquito perturba o rinoceronte?
por certo não. Aquele é tão imperceptível e pequeno...
porém, quando entre os seus, perturba a todos na selva.
Portanto, a mentira remontada e acumulada
gera problemas até para os rinocerontes...
e a soberba torna-se pequena frente aos mosquitos.
Então...
A soberba depende do orgulho,
e até que seu portador perceba por si seus prejuízos ou a vida o acorde para eles,
essa talvez permaneça...
Já pela sua complexa problemática, seu prazer nos labirintos,
conclui-se que a mentira é digna de ser afastada...
De modo que não perturbe o rinoceronte, nem o símio,
ou o respeito e o amor...
terça-feira, 1 de setembro de 2009
O que é ser "normal"?
Chamaram-me "louca"...
"OK.Então,o que é ser normal?"
Não souberam responder e eu muito menos no momento.Mas tal interrogação persistiu em minha mente...
A cada fato do dia penso que os padrões não estão muito firmes como antigamente.Preceitos antes aceitos ruíram e hoje representam uma face maquiada frente à sociedade.
Mas o que isso importa agora??
De modo restrito:Se ser normal é pensar como a maioria,é ter atitudes previsíveis e é seguir padrões etários,digo,portanto:Eu não sou normal.
Sempre fui a pessoa que preferiu livros à balada, Kodachrome à digital. A pessoa que ouve música que poucos conhecem,que mescla skate com estudo,que encara os outros tentando ler seus pensamentos e descobrir seu segredos...
A pessoa que conversa consigo mesma,que fica absorta em seus pensamentos,que ri desvergonhosamente com seus amigos,que detesta padrões estéticos impostos,que muda de humor do vinho para a água e que fala quando deveria se calar e se cala quando deveria falar...
Porém,o conceito de normalidade é desarticulamente relativo:o que é "normal" em um lugar pode não ser em outro...
E tal fato está intrisecamente ligado à cultura desse lugar.Relacionado com o modo de vida, de música, de religião, de arte, de morte, de criação...
Com mentes pensantes a nos rondar todo o dia ,pode-se afirmar:o que é "louco" para mim,pode não ser para outrem...A minha concepção de loucura transcende a insanidade e vai para o apaixonado,o extraordinário...
Mas por outro lado, a sociedade forja papeis para serem seguidos por cada pessoa. Mulheres e homens,muitas vezes, escondem suas loucas personalidades sob pena de serem mal interpretados ou excluídos pelos outros...
Não cabe a mim dizer se isso é positivo ou não. Marie Curie, Elvis Presley, Albert Einstein e tantos outros foram considerados loucos...e fizeram história...
Mas cada um tem a sua "loucura"...
Pode-se escondê-la ou mostrá-la e quem sabe "revolucionar"o mundo...de modo que põe a definição desses dois elementos em um nível ridiculamente inconcebível...
Então,se ser normal ou louco está ligado em um fio chamado individualidade, chego a conclusão de que normal é, sem mentiras ou ornamentos, ser você mesmo...
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Derivando
encontro-me refém do tempo.Ele me pegou e me prendeu numa grande teia de atividades e
tarefas que terei de realizar e que me deixam um pouco sem ele...rsrsr
Portanto,deixo para vocês dois trechos muito legais do livro "Orgias" de Luís Fernando Veríssimo,um dos meus escritores favoritos. Abçus...
"Na verdade nós estamos metidos em muito mais coisas do que nos damos conta.Pertencemos,simultaneamente,a vários sistemas que mal compreendemos,começando pelo
nosso próprio corpo e terminando pelo sistema solar,que por sua vez faz parte de outro sistema ainda maior e mais incompreensível.Coisas espantosas acontecem conosco a cada segundo pelo simples fato de existirmos.Agora mesmo,enquanto escrevo-ou enquanto você me lê-,fatos fantásticos e dramáticos se desenrolam dentro de nós.
Células se reproduzem aos milhões.
Bandos de bactéria percorrem nossas vias interiores,procurando encrenca.Nossos sucos se encontram e se misturam em alquimias inacreditáveis.E a todas essas giramos em torno o Sol,
que por sua vez se desloca pelo espaço em alta velocidade,cuspindo fogo.
Qualquer pessoa sensata,ao ouvir pela primeira vez o relato de como o Universo se formou e como está evoluindo,só pode ter em reação,apavorada:'Isso não vai acabar bem!'
E no entanto nós estamos metidos nisso."
"É livre quem pode fazer o que quiser-dentro das suas limitações de espaço,tempo,energia e recursos.Só se é livre dentro de certos limites.Portanto,toda liberdade é condicional."
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Regeneração
O céu escurece.
A chuva forte bate na terra seca a amolecer.Os pássaros recolhem-se no topo das árvores esperando a chuva passar.O assovio do vento,gotas de água nas folhas,árvores latifoliadas amortecem o peso da chuva.No chão,num pequeno córrego,passam flores,passam folhas...tudo quieto,apenas o som da águas...
E eu,em meio a isso tudo,saio.
Minhas pálpebras cansadas desabam nos olhos.Sinto-me inerme.
Apenas quero descansar,dormir um século e quando acordar ver que tudo está bem...Mas não é tão simples...
Sinto que há sempre um preço a pagar para alcançar a mudança...
O fato de existir já implica tal preço.Por um lado,não quero deixar a minha zona de conforto,a passividade que me torna inerte e estática,mas por outro,esta me sufoca.
E não consigo exprimir nem entender nada do que acontece em minha mente.
Não sei quais serão as consequências...
Meu corpo frágil cai na terra fria,sinto meus ossos doerem fundo e o coração a pulsar lentemente...
Me enterro no chão,a chuva a me irrigar.Sou como semente,germino,até aparecer um pouquinho de mim...então cresço e busco a minha regeneração como cobra a trocar de pele,como semente de uma árvore outrora plantada e que agora volta a onde veio,pronta para um recomeçar...
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Tempo
Estás presente desde sempre e revelas tua marca em nós,
És incontrolável e fostes nomeado tempo...
Tens subníveis; subjugas,
quanto mais te queremos, mais te perdemos...
És implacável...
A cada segundo nos consumindo, nos surpreendendo,
renovando nossa mente,
envelhecendo nossas células...
És produto do homem? Quem és tu?
Geras heróis, apagas ídolos,
enlouqueces o homem que não te aproveitas,
abres a mente para o que nunca se imaginou...
O que virá, já é;
o que veio, já se esvaiu...
Podes sarar feridas,
mas perpetuar mágoas...
Rápido quando deverias ser lento...
unidirecional tu és,
entretanto, posso voltar-te em minha mente...
Peculiarmente díspar, do universo aos pensamentos individuais...
Geras saudades,
alteras nossa imagem no espelho,
és fulminante e lacônico,
contudo,perpétuo...
terça-feira, 7 de julho de 2009
e escancara o peito para um infinito de possibilidades e ações que antes pareciam ridículas...
É nesse momento que o estágio avança e se quer encaixar o nome da pessoa em conversas ou ver no rosto dos outros a figura do alguém amado...
Que ridículo!...
A TV é ligada,como sempre,nada! Tenta-se ler...mas como? As letras formam outra palavra...o nome de quem se ama.
Um rosto a perseguir a mente..."Droga! Sai daí!"...
Mas no fundo, se quer pensar, sentir o perfume no ar, tomar coragem e depois se arrepender de ter errado tudo...ou então sentir queimar o peito sob a mínima possibilidade de um olhar...
É tão patético...
Mas como é possível sentir-se triste e feliz ao mesmo tempo? Amar e odiar alguém com a mesma intensidade?
Teria esse sentimento movido Romeu e Julieta a matarem-se,Giuseppe e Anita Garibaldi a unirem-se a favor de um ideal, Shah Jahan a mandar construir o Taj Mahal para sua amada esposa que morrera?...Teria movido Olga Benário e Carlos Prestes, Marco Antônio e Cleópatra,Shrek e Fiona??
Eu, hein...
Só o amor (ou a paixão?) mesmo para nos encher de sentimentos antagônicos e ainda assim nos deixar "felizes"...
De tal forma que o desejo oculto no peito seja que a chama que o alimenta torne-se infinita enquanto durar...
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Quem sou eu?
Passados alguns anos,lá estava novamente o dinâmico viajante andando por onde tinha
encontrado o exímio fabricante de espelhos. Admirou-se quando viu que no lugar da pobre moradia do mestre,havia um belíssimo palacete que brilhava à luz do sol.Curioso, para lá se encaminhou o viajante.Começou a olhar pelo imenso portão da residência. "O que aconteceu ao fabricante de espelhos?" disse ele para si mesmo. Assustou-se ao ouvir uma voz atrás dele,respondendo: "Descobri o segredo." Quando virou-se,lá estava o velho mestre,agora bem vestido, com um grande sorriso no rosto. "Entre amigo.Lembro-me de você"
Dentro do palacete, o mestre explicava o que havia acontecido: "Descobri o segredo...Meus espelhos não vendiam porque eram perfeitos.A imagem que refletiam eram a da realidade.Quem olhasse para eles, encontraria-se.Isso é assustador às pessoas. Não estão preparadas para se verem tão limpidamente...Meus espelhos continuam com a mesma qualidade.Tornaram-se famosos pelo mundo inteiro. Porém,agora refletem a imagem que as pessoas querem ver de si mesmas.E isso é um escape para elas..."
Essa história foi inspirada em uma que havia lido quando criança. Perdoe-me,não me lembro do nome.Mas esse é um detalhe que pouco importa agora.Cabe ver quão sábias palavras as do mestre...A doce máscara que nos esconde de nós mesmos está dentro de cada pessoa.
"Quem sou eu?" é uma pergunta que não sabemos responder.Não queremos sair da nossa zona de conforto e aventurar-nos em nós...É difícil.É um desafio. Às vezes a mentira torna-se um ridículo analgésico.Por que é tão difícil encarar a realidade? Talvez porque não sabemos o que vamos encontrar ou tenhamos simplesmente medo...E assim,continuamos navegando,à deriva,em um oceano de passividade...Somos assim.Humanos.
Cada um sabe quais são os seus espelhos. "Ah,droga!Não é da conta de ninguém."
Dá vontade de quebrá-los e mandar um "dane-se" para quem se intrometer...Boa ideia...
Mas não é assim tão fácil. Então,tudo se resume na resposta da seguinte questão: "Quem quer ir?" Eu quero...!rs
sexta-feira, 26 de junho de 2009
as letras,acentuações,hífens,dígrafos.Creio que até estou me transformando em palavra...
Penetrando minha pele, atingindo meu sangue...Degusto papel com gosto lexical...
Sua digestão é por vezes complexa, mas me nutre de concepções...
obs: até que em fim consegui um tempinho pra postar alguma besteira!!
terça-feira, 28 de abril de 2009
Ponderações
A folha em branco me olha como inimiga. Por certo espera ansiosamente o riscar do grafite sobre ela. Por certo não imagina o ridículo papel que faz.Literalmente.
Tento enganar a mim mesma,com respostas vãs
às minhas perguntas loucas,
e tudo que encontro é difuso no meio do caminho.Enquanto o dia corre,eu ando e busco unir as peças do meu quebra-cabeça.
E então...
Não me conformo em conformar-me.Há sempre mais a esperar de alguém que diz ser humano e mais ainda,do final que afirmam ser verdadeiro,quando sinto lá no fundo que há um indício a ser explorado,o ponto-chave do mistério.
Todo final deveria ser feliz,não?...
É fato.Não há raciocínio que ajude.O caso é mais introspectivo do que se imaginava.(E agora,doutor?)
Admirável humano novo.E pensar que éramos diminutos,frágeis,conglomerado celular...
[ainda somos(?)].Iguais,mas diferentes(o dia que hoje amanhece não é o mesmo de ontem,porém ainda é chamado dia).Criados tão carinhosamente pela mão divina...
A ideia encravada na mente e o entendimento estocado,equidistantes anos-luz no meu pensar e no seu,ainda se chamam concepção...
Talvez nunca encontre respostas,ou então,só opiniões que se tornaram fatos,ou então,meias
verdades vedadas...
Serão verdades irrefutáveis?Estupida presunção?
...
"A vida humana:efêmera em sua plenitude,
ridícula em sua beleza,
teatral em sua verossimilhança
lacônica em sua continuidade,
impotente em sua perfeição..."
domingo, 5 de abril de 2009
Jah visto
Esférico,
Simétrico.
Será sonho,realidade,volta?
Paralelamente os pensamentos harmonizam-se
antropomorfização da Terra
realidade telúrica,viajante estelar,
Já pensei nisso...
o mesmo som,o mesmo devaneio,
A mesma emoção...
O estado móvel da minha mente
em constante aperfeiçoamento...
O desespero da corrida sem fim,
No final,a recompensa...
Já vivi isso...
esperança estacionária,
dia enegrecido...
Sensação estranha.
Que dizer?
Que sentir?... ... ...
... ... ... ... ...
déjà vu.
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Reminiscências
Como poderei definir o que representam?
Montam um laço no qual caio sempre.
Me envolvem nesse sentimento ambíguo,
ora agradável,ora aflitivo,
E me fazem sentir mais livre ao choro...
Incrivelmente,ainda assim não quero que se afastem
Vamos,fiquemos juntas
nessa mescla de sentimentos antagônicos...
Mas vocês...
me jogam em um labirinto já conhecido,
no qual não encontro saída,
me afogam em um mar de saudades,de sentimentos nostálgicos,
que vêm e aqui deitam...
E eu?
Que posso dizer?
Sinto falta.
Ah,lembranças,
se soubessem o que me causam...
Com tal intensidade que chega a me doer o peito.
A tristeza de não poder voltar no tempo,
me fustiga,me remoe,
mas me remide.
São momentos únicos,a espera de outros.
Ah,lembranças,
se soubessem o bem que me fazem...
a certeza do passado que valeu a pena,
embálsama minha alma das boas recordações,
me dá alegria frente o futuro...
Me surpreendo em retrospectos,analizando o que fiz,
relembrando o que vi...
e do ruim,não guardo;aprendo.
Implícitas,
disfarçadas,
no som,no cheiro...em todos os sentidos.
Boas reminiscências,
aqui fico eu,
enevoada por suas imagens,
como um painel a ser investigado,
e compreendam especialmente que
as guardo em meu coração,
muito além da minha memória...
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Utopia lexical
Procuro a palavra que não tenho.
Necessito inventá-la então.
Uma que seja curta,três sílabas no máximo.
Mas que comece com "F" ou "D"...
E que expresse com toda força telúrica existente,
o prato de mim que não sei degustar.
Meus modos quixotescos são meus acossadores...
Como termo delirante,
que converta a alma em suspiro inquieto.
Com perfeição sintática e inovação semântica,
que inocule o que não sei
e traduza o que não posso...
Então,
que tal palavra soe bela aos ouvidos
mas antes saia esmagada da boca,
que denote com clareza solar o ilustre fato que
diz:
"não faço poemas,só escrevo sentimentos."
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Reticências
E aqui vou eu,
maquinando o reflexo do espelho
manipulando-o a meu gosto,
e digo:
amo as reticências
me representam bem.
Toda a incoerência conceitual,
toda a deficiência temporal,
está dissimuladamente simbolizada
nesses três pontos negros.
Retrato,assim,minhas insinuações,
segundas intenções;
maquio com sombra preta e
boca vermelha minha inoportuna insipiência.
Premio as incongruências da minha alma.
Exponho o que não quero,
explico o que não posso
e lá estão elas,
amigas,
pairando ideias no ar...