sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Insônia


Deito.

Minha cabeça pesada mergulha sobre o travesseiro frio

mil pensamentos vêm até mim,

lembranças,idéias,fatos,análises,

minhas concepções me fustigam...

Levanto.

Ainda é noite.O silêncio a cortar-me.Posso ouvir minha respiração.

E a janela,abre-se.

O vento gélido anestesia-me...

o céu escuro,com estrelas encravadas,

a lua cheia iluminada,revela os segredos do mundo.

Escuto a perfeição sonora do relógio na parede,

um badalar monótono...

melancólico...

metódico...

feito as batidas do meu peito encoberto.

O fasto dia a enevoar-me...

porém,

agora sinto-me envelada pelo orvalho.

Sem palavras...

deleito-me frente a uma beleza irrefutável.

Então escrevo.

As palavras predispõem-se anômalas em minha pena...

O tempo passa.

De repente,os primeiros raios do sol,

os primeiros sons das aves...

E o mundo acorda.

As estrelas,antes perfeitas no céu,

Camuflam-se dando espaço à Estrela maior;

Já a lua,esconde-se:

está revelando os segredos em outro lado do mundo...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O prazer em calar-se


O poder da palavra é incontestável.Não há dúvidas da sua capacidade de criar bem-estar ou repúdio,do seu poder de gerar bênção ou maldição.Da Bíblia aos ditos populares,lá está ela,a palavra,como meio criador do Universo e gerador de discórdia.

Mas foquemos no prazer do não falar.Sim, na satisfação intrínseca que acaba tomando conta de todo o ser. Na imensa alegria em simplesmente calar a boca."Enquanto todos falam,eu me calo.Enquanto reclamam,eu fecho os meus lábios."Em determinadas circunstâncias,tal ação torna-se uma arma tão poderosa,a ponto de proteger vidas.Não se trata de sentir-se fraco ou vencido diante do oponente, mas de vencê-lo por não responder à afronta.

O prazer em calar-se não é conseguido facilmente.Requer força de vontade,ponderação e uma boa dose de paciência. No início nos sentimos fragilizados,simplórios...,no entanto,com o tempo,as menores lágrimas derramadas e as tragédias evitadas compensam todo o esforço.Quem se cala obtém a vitória do domínio próprio,por ter conseguido ultrapassar a muralha do instinto e da raiva, daí o prazer.

Contudo,obviamente,não somos de pedra,temos limites.A beleza do prazer em não falar está em saber usar esse recurso,pois há momentos em que a palavra deve sim se fazer presente. Que saibamos utilizar as armas de que dispomos -o falar e o calar- em prol do bem comum,o que é,realmente,um desafio.E que no calar descubramos o profundo e irrefutável poder do silêncio.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Itinerário


Minha caminhada se inicia

e a palavra que vem à mente é:reflexão.

refletir sobre o que passou,sobre o que farei,sobre o que serei;

parar um instante e simplesmente meditar

no que a vida tem ensinado,nas batalhas e vitórias...

refrigerar a mente em um momento próprio

e vê-la manifestar-se...

Minha caminhada se inicia

e a palavra que vem à mente é:gratidão.

agradecer a Deus pela vida,pela família,

pelas falhas e acertos que moldam o vaso da experiência...

Minha caminhada se inicia

e a palavra que vem à mente é:ação.

agir nas metas e nos planos

a fim de impedir o avanço da inércia;

nunca desertar um sonho,e sim mágoas,

tendo a certeza de que Deus,que jamais nos abandona,

estará segurando minha mão

nessa lídima caminhada...


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