quinta-feira, 16 de julho de 2009

Tempo




Estás presente desde sempre e revelas tua marca em nós,
És incontrolável e fostes nomeado tempo...
Tens subníveis; subjugas,
quanto mais te queremos, mais te perdemos...
És implacável...
A cada segundo nos consumindo, nos surpreendendo,
renovando nossa mente,
envelhecendo nossas células...
És produto do homem? Quem és tu?
Geras heróis, apagas ídolos,
enlouqueces o homem que não te aproveitas,
abres a mente para o que nunca se imaginou...
O que virá, já é;
o que veio, já se esvaiu...
Podes sarar feridas,
mas perpetuar mágoas...
Rápido quando deverias ser lento...
unidirecional tu és,
entretanto, posso voltar-te em minha mente...
Peculiarmente díspar, do universo aos pensamentos individuais...
Geras saudades,
alteras nossa imagem no espelho,
és fulminante e lacônico,
contudo,perpétuo...

terça-feira, 7 de julho de 2009


Como faísca no papel que logo se queima por completo,assim é esse sentimento estranho e ousado, que vem sem pedir licença
e escancara o peito para um infinito de possibilidades e ações que antes pareciam ridículas...
É nesse momento que o estágio avança e se quer encaixar o nome da pessoa em conversas ou ver no rosto dos outros a figura do alguém amado...
Que ridículo!...
A TV é ligada,como sempre,nada! Tenta-se ler...mas como? As letras formam outra palavra...o nome de quem se ama.
Um rosto a perseguir a mente..."Droga! Sai daí!"...
Mas no fundo, se quer pensar, sentir o perfume no ar, tomar coragem e depois se arrepender de ter errado tudo...ou então sentir queimar o peito sob a mínima possibilidade de um olhar...
É tão patético...
Mas como é possível sentir-se triste e feliz ao mesmo tempo? Amar e odiar alguém com a mesma intensidade?
Teria esse sentimento movido Romeu e Julieta a matarem-se,Giuseppe e Anita Garibaldi a unirem-se a favor de um ideal, Shah Jahan a mandar construir o Taj Mahal para sua amada esposa que morrera?...Teria movido Olga Benário e Carlos Prestes, Marco Antônio e Cleópatra,Shrek e Fiona??
Eu, hein...
Só o amor (ou a paixão?) mesmo para nos encher de sentimentos antagônicos e ainda assim nos deixar "felizes"...
De tal forma que o desejo oculto no peito seja que a chama que o alimenta torne-se infinita enquanto durar...


quinta-feira, 2 de julho de 2009

Quem sou eu?

Havia um fabricante de espelhos,mestre no que fazia.Seus espelhos eram perfeitos,belíssimos,da melhor moldura possível,muito bem trabalhados.A imagem refletida neles era límpida,da mais pura perfeição.O solitário e velho homem que os fazia,apesar de fabricar os melhores espelhos já existentes,vivia numa humilde casa no meio da estrada com sua oficina ao lado.Um viajante ao encontrá-lo, ficou espantado com tal situação.Não entendia como era possível que esses espelhos perfeitos não fossem comprados,era inacreditável o fato de tão poucos se interessarem por eles.Por certo,eram ignorantes que não tinham a sensibilidade necessária para valorizar o trabalho do genial senhor.O mestre artesão disse-lhe que nem mesmo ele entendia o porquê desse insucesso.Os espelhos não eram caros.Com umas poucas moedas podia-se ter ao menos um pequeno.O próprio viajante quis comprar um,entretanto,não tinha dinheiro disponível.Ele agora precisava partir.Desejou,então,ao velho senhor boa sorte e foi-se...


Passados alguns anos,lá estava novamente o dinâmico viajante andando por onde tinha
encontrado o exímio fabricante de espelhos. Admirou-se quando viu que no lugar da pobre moradia do mestre,havia um belíssimo palacete que brilhava à luz do sol.Curioso, para lá se encaminhou o viajante.Começou a olhar pelo imenso portão da residência. "O que aconteceu ao fabricante de espelhos?" disse ele para si mesmo. Assustou-se ao ouvir uma voz atrás dele,respondendo: "Descobri o segredo." Quando virou-se,lá estava o velho mestre,agora bem vestido, com um grande sorriso no rosto. "Entre amigo.Lembro-me de você"

Dentro do palacete, o mestre explicava o que havia acontecido: "Descobri o segredo...Meus espelhos não vendiam porque eram perfeitos.A imagem que refletiam eram a da realidade.Quem olhasse para eles, encontraria-se.Isso é assustador às pessoas. Não estão preparadas para se verem tão limpidamente...Meus espelhos continuam com a mesma qualidade.Tornaram-se famosos pelo mundo inteiro. Porém,agora refletem a imagem que as pessoas querem ver de si mesmas.E isso é um escape para elas..."


Essa história foi inspirada em uma que havia lido quando criança. Perdoe-me,não me lembro do nome.Mas esse é um detalhe que pouco importa agora.Cabe ver quão sábias palavras as do mestre...A doce máscara que nos esconde de nós mesmos está dentro de cada pessoa.
"Quem sou eu?" é uma pergunta que não sabemos responder.Não queremos sair da nossa zona de conforto e aventurar-nos em nós...É difícil.É um desafio. Às vezes a mentira torna-se um ridículo analgésico.Por que é tão difícil encarar a realidade? Talvez porque não sabemos o que vamos encontrar ou tenhamos simplesmente medo...E assim,continuamos navegando,à deriva,em um oceano de passividade...Somos assim.Humanos.
Cada um sabe quais são os seus espelhos. "Ah,droga!Não é da conta de ninguém."
Dá vontade de quebrá-los e mandar um "dane-se" para quem se intrometer...Boa ideia...
Mas não é assim tão fácil. Então,tudo se resume na resposta da seguinte questão: "Quem quer ir?" Eu quero...!rs






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