sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Derivando

Amigos,
encontro-me refém do tempo.Ele me pegou e me prendeu numa grande teia de atividades e
tarefas que terei de realizar e que me deixam um pouco sem ele...rsrsr
Portanto,deixo para vocês dois trechos muito legais do livro "Orgias" de Luís Fernando Veríssimo,um dos meus escritores favoritos. Abçus...

"Na verdade nós estamos metidos em muito mais coisas do que nos damos conta.Pertencemos,simultaneamente,a vários sistemas que mal compreendemos,começando pelo
nosso próprio corpo e terminando pelo sistema solar,que por sua vez faz parte de outro sistema ainda maior e mais incompreensível.Coisas espantosas acontecem conosco a cada segundo pelo simples fato de existirmos.Agora mesmo,enquanto escrevo-ou enquanto você me lê-,fatos fantásticos e dramáticos se desenrolam dentro de nós.
Células se reproduzem aos milhões.
Bandos de bactéria percorrem nossas vias interiores,procurando encrenca.Nossos sucos se encontram e se misturam em alquimias inacreditáveis.E a todas essas giramos em torno o Sol,
que por sua vez se desloca pelo espaço em alta velocidade,cuspindo fogo.
Qualquer pessoa sensata,ao ouvir pela primeira vez o relato de como o Universo se formou e como está evoluindo,só pode ter em reação,apavorada:'Isso não vai acabar bem!'
E no entanto nós estamos metidos nisso."


"É livre quem pode fazer o que quiser-dentro das suas limitações de espaço,tempo,energia e recursos.Só se é livre dentro de certos limites.Portanto,toda liberdade é condicional."

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Regeneração




O céu escurece.
A chuva forte bate na terra seca a amolecer.Os pássaros recolhem-se no topo das árvores esperando a chuva passar.O assovio do vento,gotas de água nas folhas,árvores latifoliadas amortecem o peso da chuva.No chão,num pequeno córrego,passam flores,passam folhas...tudo quieto,apenas o som da águas...
E eu,em meio a isso tudo,saio.
Minhas pálpebras cansadas desabam nos olhos.Sinto-me inerme.
Apenas quero descansar,dormir um século e quando acordar ver que tudo está bem...Mas não é tão simples...
Sinto que há sempre um preço a pagar para alcançar a mudança...
O fato de existir já implica tal preço.Por um lado,não quero deixar a minha zona de conforto,a passividade que me torna inerte e estática,mas por outro,esta me sufoca.
E não consigo exprimir nem entender nada do que acontece em minha mente.
Não sei quais serão as consequências...
Meu corpo frágil cai na terra fria,sinto meus ossos doerem fundo e o coração a pulsar lentemente...
Me enterro no chão,a chuva a me irrigar.Sou como semente,germino,até aparecer um pouquinho de mim...então cresço e busco a minha regeneração como cobra a trocar de pele,como semente de uma árvore outrora plantada e que agora volta a onde veio,pronta para um recomeçar...
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