domingo, 22 de fevereiro de 2009

Reminiscências

Aí estão vocês!
Como poderei definir o que representam?
Montam um laço no qual caio sempre.
Me envolvem nesse sentimento ambíguo,
ora agradável,ora aflitivo,
E me fazem sentir mais livre ao choro...
Incrivelmente,ainda assim não quero que se afastem
Vamos,fiquemos juntas
nessa mescla de sentimentos antagônicos...
Mas vocês...
me jogam em um labirinto já conhecido,
no qual não encontro saída,
me afogam em um mar de saudades,de sentimentos nostálgicos,
que vêm e aqui deitam...
E eu?
Que posso dizer?
Sinto falta.
Ah,lembranças,
se soubessem o que me causam...
Com tal intensidade que chega a me doer o peito.
A tristeza de não poder voltar no tempo,
me fustiga,me remoe,
mas me remide.
São momentos únicos,a espera de outros.
Ah,lembranças,
se soubessem o bem que me fazem...
a certeza do passado que valeu a pena,
embálsama minha alma das boas recordações,
me dá alegria frente o futuro...
Me surpreendo em retrospectos,analizando o que fiz,
relembrando o que vi...
e do ruim,não guardo;aprendo.
Implícitas,
disfarçadas,
no som,no cheiro...em todos os sentidos.
Boas reminiscências,
aqui fico eu,
enevoada por suas imagens,
como um painel a ser investigado,
e compreendam especialmente que
as guardo em meu coração,
muito além da minha memória...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Utopia lexical


Procuro a palavra que não tenho.

Necessito inventá-la então.

Uma que seja curta,três sílabas no máximo.

Mas que comece com "F" ou "D"...

E que expresse com toda força telúrica existente,

o prato de mim que não sei degustar.

Meus modos quixotescos são meus acossadores...

Como termo delirante,

que converta a alma em suspiro inquieto.

Com perfeição sintática e inovação semântica,

que inocule o que não sei

e traduza o que não posso...

Então,

que tal palavra soe bela aos ouvidos

mas antes saia esmagada da boca,

que denote com clareza solar o ilustre fato que

diz:

"não faço poemas,só escrevo sentimentos."

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Reticências

E aqui vou eu,

maquinando o reflexo do espelho

manipulando-o a meu gosto,

e digo:

amo as reticências

me representam bem.

Toda a incoerência conceitual,

toda a deficiência temporal,

está dissimuladamente simbolizada

nesses três pontos negros.

Retrato,assim,minhas insinuações,

segundas intenções;

maquio com sombra preta e

boca vermelha minha inoportuna insipiência.

Premio as incongruências da minha alma.

Exponho o que não quero,

explico o que não posso

e lá estão elas,

amigas,

pairando ideias no ar...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Só vim pra dizer "adeus"...

Oi,amor...
será que ainda posso te chamar assim?
Creio que não...
talvez em nome dos velhos tempos,em nome de tudo que passamos,porém,
o que digo é:
minha mente paradoxal chegou a um estágio insustentável,
preciso me descobrir,
os solavancos da vida,que me fizeram acordar,
dizem que a hora do "ir-se" chegou
e baseado nisso chego a conclusões inabaláveis...
quando eu contigo falava,
como ingênua criança,
dos meus sonhos e planos mais instáveis,e como resposta
você me olhava indiferente,
"hei,sou eu aqui!" meu coração gritava,
meu suor se convertia em lágrimas,percebi então,
que meu castelo de areia tinha desabado com a onda final do seu apático olhar,
mas no fundo,
eu não queria acreditar;
poderia ser somente uma fase,um estágio que logo passaria
e você voltaria a estar comigo,
não em corpo,mas em alma...
Foi minha culpa,foi minha tolice,
não notei a sua mudança e muito menos a minha
me embalava em projeções passadas...
o nosso sorriso fácil,as bobagens que dizíamos,
nossos nomes emoldurados em um coração...
que ridículo...
o perfeito encaixe da sua mão na minha,
a flor vermelha que você me deu...
tudo ainda vivo em meu peito,
mas em minha mente...
ah,minha mente,em ideal contradição com o mundo...
nós não nos entendíamos mais,
o meu intelecto era o seu social,o seu sentimento não era o meu ideal,
e não entendia o porquê...
no entanto,a vida nos estava moldando,
e nessa fase de transição,tínhamos que ficar juntos...
os seus livros ainda estão comigo,mas os devolverei...um por um...
apenas quero a página de um soneto
que no final diz:"mas que seja infinito enquanto dure"...
nos retrata bem...
com os que lhe dei,fique,preciso de novos que me representem,
preciso de novos que me descrevam,
que exponham os detalhes do que eu nem sei dizer...
De tudo isso,apenas guardo o carinho...
te adoro pelos momentos alegres,
te odeio por ter me feito chorar...
o fascínio que sentia por você se transformou em afeto,nada mais...
me perdoe se porventura alguma mágoa causei,
meus paradigmas me perseguem...
E então,
seguirei o meu caminho,
siga o seu.
Busque a sua felicidade
que a minha há muito busco,
e em meio a lembranças,
dizeres,
palavras,
enigmas,
só vim aqui pra dizer "adeus"...


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Respaldo...

Caminhando hiperbolicamente uns cem quilômetros
parece que nunca chegarei ao meu destino,
o sol escaldante sobre a minha cabeça,
caminho árduo...
os olhos turvos pela poeira,
a boca seca que clama por água...
tudo que vejo é o ermo.
Até que...
meus olhos me enganam?
um oásis...
será miragem?
Caio exausta no chão quente e desfaleço...
Nada vejo.Nada ouço,
contudo,sinto meu corpo débil
sendo levado por mãos de vento...
Desperto e lá me encontro.
Então recebo forças para continuar o meu caminho...

Aparência X Essência


Pois é, caro leitor, o que dizer dessa luta tosca que é mais real do que imaginamos?

Todos os dias somos bombardeados pela mídia e pela sociedade acerca de padrões de beleza que nos são enfiados goela abaixo. Tais padrões, que na maioria das vezes aceitamos e seguimos,acabam por corromper a essência que é só nossa e encontra-se tão fragilizada...

Entre as mulheres pode-se notar uma maior intensidade nesse caso.Principalmente após a invenção da magreza extrema na moda e a explosão dessa ditadura no mundo,e por que não citar também a famosa Barbie, um protótipo que simula a dita "aparência feminina ideal"... Consequências? Bem... apenas distúrbios alimentares, depressão, pessoas infelizes e insatisfeitas consigo mesmas...

A busca pela "aparência perfeita" tornou-se uma obcessão para muitos. Isso é sério. E perigoso.

O que aconteceu com a essência humana? Com os valores que atualmente não são cultivados,mas que deveriam? Por que o preconceito sem lógica com os fogem dessa massificação da aparência?? Por que não valorizarmos aqueles que são felizes e belos do jeito que são? Se são esses que merecem nossa admiração?... É por essas e outras, leitor, que a nossa sociedade encontra-se tão doente e superficial nesses tempos hodiernos...

No entanto, é claro,a aparência tem a sua importância,principalmente para a manutenção da saúde e do bem-estar, mas somente se buscada de forma consciente e por vontade própria.
Viva a pluraridade,a diversidade! E que a essência prevaleça...
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